
Calendário interativo para os anos iniciais
01/10/2025
Aprenda a construir e explorar o calendário com a turma de forma atrativa e inteligente, desenvolvendo noções de medidas de tempo e interpretação de dados.
Neste artigo vou exemplificar como nós, professores de matemática, podemos propor atividades concretas e interdisciplinares que farão com que nossos alunos coloquem literalmente a "mão na massa" e aprendam, não só matemática, mas também as ciências em geral.
Aliás, o termo "mão na massa" ou "hands on", em educação, não é novo e caracteriza os trabalhos em equipe envolvendo criatividade, autonomia, potencial inventivo dos estudantes colocando-os no centro do processo de ensino-aprendizagem.
Faz algum tempo que venho lendo, experimentando, criando e aplicando atividades "mão na massa" nas minhas aulas de matemática. O resultado dessa experiência me trouxe muita satisfação principalmente por comprovar a eficácia de tais atividades e o grau de aprendizado dos alunos.
As atividades "mão na massa" incentivam a interdisciplinaridade e a aplicação prática da aprendizagem. Essa estratégia de trabalho conecta a garotada com a realidade e lhes dá condições para desenvolver competências e habilidades para resolver diferentes tipos de problema a partir da investigação e do trabalho em equipe.
A ideia de propor atividades "mão na massa" nas aulas de matemática surgiu a partir da leitura do livro "Hands on Engineering", escrito por Beth L. Andrews, que traz atividades variadas e envolventes que estimulam os alunos a criarem soluções para problemas de engenharia. Isso mesmo, en-ge-nha-ri-a!!!
Os alunos, mesmo com pouca idade, interagem, criam e projetam seus protótipos com o intuito de resolver problemas práticos e desafiadores. Os desafios propostos são interessantes e fazem parte da realidade dos estudantes. Então, a partir da leitura deste livro as ideias começaram a fervilhar em minha mente e, claro, pensei em "puxar a brasa" para a matemática, sem deixar de lado outras áreas que conversam com os problemas.
Para montar cada atividade do projeto "matemática mão na massa" fiz várias pesquisas em diferentes áreas e criei materiais bem didáticos e acessíveis para que qualquer professor de matemática (ou outras áreas, por que não?) possam aplicá-las.
Os materiais trazem o passo-a-passo da atividade e, também, todas as informações que o professor deve ter para apresentar os desafios. Ilustrações e tabelas de coleta de dados também fazem parte de cada atividade sugerida.
Vou descrever, agora, uma atividade "mão na massa" que propus à minha turma: a torre de espaguete. Para realizá-la, a turma organizou-se em equipes de quatro estudantes cada.
O objetivo da atividade é construir a maior torre de espaguete possível utilizando 20 varas de espaguetes (massa), fita durex, tesoura e um metro de barbante. A torre tem que ser construída na mesa ou no chão, deve sustentar-se unicamente com os materiais disponíveis e não pode ser suspensa no teto ou lustre, por exemplo.
Num primeiro momento, os grupos são informados sobre o desafio e recebem apenas lápis e papel. Eles têm 10 minutos para pensar em como vão construir a sua torre.
Cada grupo deve organizar por escrito suas ideias escrevendo no papel como pretende realizar as atividades e utilizando esboços se quiser.
Depois, cada grupo recebe o material e começa a colocar em prática o plano feito. Neste momento, o trabalho em equipe é fundamental porque o tempo para realizar a tarefa é de 40 minutos.
O primeiro obstáculo a ser enfrentado é relacionado à base de sustentação da torre. Algumas equipes pensam em construir uma base em forma de prisma, outras em forma de pirâmide e outras, ainda, pensam em simplesmente prender as varas de espaguete na mesa sem qualquer critério.
A partir da tentativa e erro, os estudantes se deparam com este grande problema, que é a base de sustentação da torre, e aqueles que conseguem uma solução podem seguir em frente. Estes, normalmente, erguem uma torre alta.
Acabado o tempo, medido por meio de um cronômetro, é estabelecido um minuto para que as torres se estabilizem e o professor, com o auxílio de uma trena, mede a altura das torres.
Ganha o desafio a equipe que construir a torre mais alta. Após o desafio, os alunos sentam em um círculo e conversam a respeito das seguintes questões:
Em seguida, são mostradas as imagens de algumas torres famosas e os estudantes conversam a respeito das mesmas: No Japão encontra-se a Tokio Skytree, torre mais alta do mundo com 634 m. Em Paris localiza-se a Torre Eiffel que é um ícone da França e possui 300 m de altura. A torre de Pisa é um campanário da catedral da cidade italiana de Pisa; é muito famosa por ser inclinada devido ao terreno pouco firme (argila e areia) em que foi construída no ano de 1773.
Se olharmos para construções diversas vamos encontrar figuras geométricas conhecidas, dentre elas o triângulo. Triângulos são polígonos rígidos, ou seja, são estáveis e não deformam pois, uma vez definidos seus lados, não é possível mudar seus ângulos. Por este motivo, é um elemento muito utilizado em construções.
Bem, esse assunto vai continuar por muitas aulas e o professor pode explorar bastante a geometria: figuras planas, figuras espaciais, ângulos, área das figuras planas, volume, etc.
Num outro momento, depois desse estudo, é interessante propor novamente o desafio da torre de espaguete. Com certeza, nessa nova oportunidade, a turma sair-se-á bem melhor!
Por fim, atividades "mão na massa" são sinônimo de aulas desafiadoras e produtivas, alunos engajados e entusiasmados, aprendizagem significativa! Experimente aplicar esta atividade e, depois, registre aqui como foi sua experiência.
01/10/2025
Aprenda a construir e explorar o calendário com a turma de forma atrativa e inteligente, desenvolvendo noções de medidas de tempo e interpretação de dados.
14/05/2024
Calcular medidas de posição e dispersão a partir de dados coletados na própria turma e que são oriundos de atividades práticas e diferenciadas certamente será muito mais significativo para os estudantes. Conheça propostas inéditas para ensinar estatística nos anos finais do EF e no ensino médio.
12/02/2024
Para auxiliar o professor no preparo de aulas envolvendo o sistema monetário, elaborei um e-book que contempla 18 jogos e atividades dinâmicas e atrativas, direcionados aos estudantes do 1º ao 5º anos do ensino fundamental.
Este site usa cookies para proporcionar uma melhor experiência para você. Ao prosseguir, você concorda com nossas Políticas de Cookies e de Privacidade. Saiba mais
Deisi Magnus Corrêa
11/05/2020 15:57